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Survival of the Dead (2009) **

Que ninguém tire conclusões precipitadas sobre a qualidade dos antigos filmes de zumbi do Romero por este Survival of the Dead. É claro, desde o princípio, que este filme não faz jus à sua fama de precursor e mestre do gênero, mas não entrarei no mérito sobre a causa da decadência de seus filmes.

Em meio à infestação de zumbis pelo mundo, um grupo de soldados e um adolescente vão buscar refúgio em uma ilha que vive na tradição do velho-oeste americano. Duas famílias locais, que sempre foram rivais, agora disputam a maneira que os zumbis devem ser tratados. Uma quer exterminar todos e a outra acredita que os mortos-vivos podem se adaptar ao convívio social se aprenderem a alimentar-se de outra coisa que não seja carne humana.

Como nos outros filmes do diretor, a maior ameaça aos sobreviventes não são os zumbis, mas sim a problemática relação entre os vivos.

Sem conseguir tirar proveito do tema potencial, o filme também conta com personagens pouco simpáticos, ritmo enfadonho e cenas de ação não muito empolgantes. A batalha final entre a horda de zumbis, os sobreviventes e as famílias até que tem sua graça; mas aí já é tarde demais para salvar o filme.


The Stepfather (2009) **

Após matar uma família que o acolheu, um homem aparentemente comum, muda de aparência, identidade e de cidade, e procura suas próximas vítimas. Enquanto no original (de 1987, veja a crítica aqui), o padrasto do título procurava a família perfeita e enlouquecia quando ela não se adaptava à sua idéia de perfeição, nesta refilmagem ele é apenas um psicopata comum em busca do próximo alvo.

O psiquiatra da filha, que era de fundamental importância no original, porque discutia com a garota todas as vertentes de sua desconfiança em relação ao novo namorado da mãe, com boa fé e carinho, é substituído pela uma namorada do filho, que não dá a mínima para o assunto e só se preocupa em tomar banho de piscina.

Também são ignoradas todas as entrelinhas que eram o ponto forte do filme de 1987, como a discussão sobre as relações familiares, a aceitação de um novo membro na família, o perigo de se relacionar com alguém que mal conhece e a obsessão que leva padrasto a matar.

Sem mais comparações, este The Stepfather, peca por ser frio, repetitivo, sem momentos lembráveis e apelativo (Amber Heard só aparece de biquíni, para enfeitar). Todas as pessoas que desconfiam do padrasto acabam mortas, o que é bem previsível. Aliás, o filme inteiro é previsível. Dylan Walsh interpreta o padrasto com a maior cara de pau (no sentido de parecer um objeto inanimado) e o resto dos atores não faz muito melhor que isso. Mais um exemplo de refilmagem que não captou a mensagem do original e ofende ao invés de homenagear.

Como eu disse no artigo sobre o The Stepfather (1987), algumas refilmagens nos deixam curiosos para conhecer os filmes originais, que estavam esquecidos. Infelizmente, este é o único mérito desta produção.


Halloween II (2009) **

Dois anos depois do massacre do filme anterior, Michael Myers – influenciado pelo fantasma da mãe e dele mesmo criança -, volta à cidadezinha Haddonfield à procura de Laurie Strode. A garota agora é grunge, mora com Annie e o xerife Brackett e divide seu tempo entre o trabalho e a terapia. O doutor Loomis se transformou em uma celebridade arrogante e está para lançar um livro sobre Michael.

Com o Halloween se aproximando, Laurie é atormentada por pesadelos, visões e até algum tipo de telepatia com seus entes nada queridos. Em sua caminhada, Michael mata todos os valentões que implicam com ele, deixando um rastro de sangue em seu encalço. Mas ninguém parece se preocupar ou ligar os fatos, já que acreditam que Michael esteja morto.

Halloween II é mais uma farra inconseqüente de Rob Zombie. Já que lhe falta talento como roteirista, o ex-rockstar enche o filme de piadas de mau gosto, palavrões, topless, rock ‘n’ roll e outras coisas que fazem parte de seu estilo. Ele tomou todas as liberdades que o prestígio entre adolescentes do mundo lhe trouxe e fez um filme completamente diferente do Halloween original. Fica a dúvida se ele é corajoso ou sem noção.

Quase sem suspense algum, com cenas ridículas e personagens desastrosos, o filme é apoiado apenas na violência, sendo que algumas mortes são tão mal iluminadas, que mal dá para ter noção do que houve.  O Michael Myers de Zombie é um verdadeiro filho da p*ta (em todos os sentidos), e além de gigante e mendigo, até fala, para infelicidade dos fãs. No fim das contas, o filme é tosco, mas tem seus momentos divertidos e engraçados. Se são intencionais ou não, não sei.


Shrooms (2007) **

Quando adolescentes ou jovens adultos americanos viajam para lugares exóticos nunca voltam vivos. Pelo menos em filmes de terror, como este Shrooms. Aqui, o destino escolhido é uma floresta lamacenta na Irlanda, onde três casais esperam se divertir experimentando chá de cogumelos alucinógenos.

Ao contrário do que era esperado, o efeito da droga mela a farra. Os jovens ficam tomados por mal-estar, paranóia e perdem todo o senso da realidade. Influenciados por histórias locais, visualizam caipiras isolados e pervertidos, um canibal, um tipo de criatura usando um hábito de monge e outra com um saco de estopa como máscara. Apesar de tudo parecer alucinação, eles são assassinados de verdade, um a um.

Para aumentar a bad trip, uma das garotas tem visões sobre o que vai acontecer com seus amigos, mas sempre que os encontra já é tarde demais. Dispersados pela floresta, passam a maior parte do filme um gritando pelo nome do outro e chafurdando na lama. Duas das garotas brigam o tempo todo, o que é muito irritante. Algumas das cenas de morte são até divertidas, mas quase sempre terminam com o susto fácil de monstros de GCI querendo morder a câmera.

De lambuja, o final conta com uma reviravolta, mas nem ela é grande coisa. Pelo menos o filme é curto, apenas 84 minutos.


Seventh Moon (2008) **

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Seventh Moon é difícil de assistir, é um filme muito escuro e todo filmado com câmera trepidante.  A semelhança com o The Blair Witch Project não é mera coincidência, é dirigido pelo co-autor da obra Eduardo Sánchez, que, pelo visto, continua tentando reviver o sucesso de 1999. Além do tipo de filmagem, ambos os filmes tem como cenário uma floresta, uma casa isolada e perseguições por criaturas legendárias.

A estória até que tem um tema ok (mas sem muita originalidade): Mel (Amy Adams) e Yul (Tim Chiou), um casal de americanos em lua-de-mel na China, se depara com um festival tradicional chamado “Fantasmas Famintos” (tradução livre) e ao chegar à noite, percebem que o mito é real. O filme começa claro e colorido, mas logo que o casal decide ir visitar a família chinesa do noivo, as coisas se tornam mais escuras e, também, mais convencionais.

O guia e motorista desaparece nas proximidades de uma vila, os americanos resolvem ir procurá-lo e assombrações aparecem por todos os lados, nus e esbranquiçados. Começa então a luta pela sobrevivência em cenas de ação confusas. Morados locais também aparecem, com intenções ambíguas.

O casal até que é convincente, mas não chega a proporcionar o efeito necessário nas cenas finais (o que seria importante para a trama).  Se o diretor tivesse explorado melhor a relação dos protagonistas, talvez o filme fosse mais interessante.