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Orphan (2009) ****

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Desde a primeira cena em que a pequena órfã Esther (Isabelle Fuhrman) aparece, percebemos que existe algo de peculiar nela. Enquanto outras crianças brincam e correm em uma festinha no orfanato de freiras, ela passa o tempo pintando isolada. A tagline do filme diz que existe algo de errado com Esther, mas até aí nada de ruim. É exatamente o charme estranho da menina que parece atrair os futuros pais.

Na bela casa nova, não demora a aparecer outros aspectos singulares da garotinha de 9 anos. Além de se vestir de um jeito retro, ela aprende coisas facilmente, usa uma estranha faixa no pescoço e sempre aparece nas horas erradas. Mesmo assim, em pouco tempo, conquista os pais e principalmente, a irmãzinha menor. Apenas o irmão mais velho não vai com a cara dela desde o início, e ele é o primeiro a constatar que realmente existe algo de errado nela.

Os pais, fragilizados pela recente perda de um bebê, se mostram, primeiro, céticos em relação à fatos estranhos envolvendo Esther e a mãe, atormentada por um passado de alcoólatra, logo que desconfia é desacreditada pelo marido.

Similar a outros filmes que envolvem crianças com tendências psicóticas, Orphan surpreende com um final diferente dos outros e até original (queria não ter lido spoilers antes de ter assistido). Apesar da pressa e de alguns furos na tentativa de explicar tudo, a obra é consistente e muito boa para os padrões de Hollywood – em se tratando de filmes de terror/suspense.

Os atores são muito competentes, principalmente Vera Farmiga (que faz a mãe) e Isabelle Fuhrman. O diretor Jaume Collet-Serra não acrescenta nada de novo, mas pelo menos não faz feio. É um diretor consistente, faz o seu trabalho sem preguiça e até parece esforçado. Seu outro filme, a refilmagem de The House of Wax até que não é ruim também.


It’s Alive (2008) *1/2

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Sabe quando você tem aquele pressentimento de que o filme vai ser uma porcaria e mesmo assim você o assiste? Aconteceu isso comigo e esse It’s Alive. Refilmagem do filme homônimo de 1974, dirigido por Larry Cohen (The Stuff – adoroo), que já não era grande coisa, mas tinha seu charme, o novo filme é completamente sonolento e sem propósito. Produções cinematográficas que envolvem crianças assassinas — neste caso um bebê de colo — já são sinistras por natureza, ainda mais quando os meliantes infantis usam da inocência e vulnerabilidade características da idade para dissimular as intenções perversas que guardam no coração.

Em I’ts Alive, quase não existe interação entre mãe e bebê e são muito poucas as cenas que mostram a criança, sendo que a fisionomia e as proporções mudam de acordo com a boa vontade da equipe de efeitos-especiais. Na cena do parto, por exemplo, a criança parece o filho do capeta, mas o médico faz uma cara “está tudo bem” e, em seguida acontece um banho de sangue, que até parece interessante, mas muito pouco é revelado. Logo após, o bebê aparece novamente como uma criança normal. Só vemos a criaturinha novamente perto do fim, mas ao invés de dar medo, dá sim vergonha de ter assistido o filme.

**Contém Revelações** Os minutos vão passando e a mãe, aos poucos, começa a ter uns flashbacks do que aconteceu na sala de cirurgia e  a notar que seu filho é um assassino de gatos, pombos, ratos e coelho. Não fica muito claro se ele mata por matar, para proteger a mãe ou para se alimentar de sangue. Quando extermina toda a fauna local, o neném-monstro começa a matar os estranhos que se aproximam da casa e a mãe a esconder as travessuras do menino.

O marido é um insosso, que não se abala com nada. Ele encara o massacre no hospital, a revelação de que a mulher tentou abortar o filho deles, que tem uns corpos escondidos no sótão e que o bebê é uma aberração com uma naturalidade zen digna de Buda. No confronto final com a criaturinha, ele faz uma cara de sofrimento forçada demais, já que encarou tudo o que aconteceu antes numa boa e passou quase o filme inteiro apenas acenando para o filho no berço. O moço tem um irmãozinho com paralisia nas pernas, que não fede nem cheira, apenas serve para ser o primeiro a desconfiar que a criança não é muito convencional.

Este filme quase não tem mérito nenhum; além de que a atriz principal tem uma voz irritante, os efeitos são uma porcaria, as personagens são chatas e a direção é preguiçosa e sem inspiração. A única cena divertida é quando uma pessoa tem a cabeça atravessada pela mãozinha (pequena demais, dã?) do bebê. Grace, que tem o tema parecido, é muito bom, se comparado com este. Infinitamente melhor.