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Calvaire (2004) ***1/2 (via Filmes do Mal)

Concordo plenamente. :)

Calvaire (2004) ***1/2 O filme (conhecido também como The Ordeal) dirigido pelo belga  Fabrice Du Welz conta o episódio angustiante pelo qual passa o cantor amador Marc Stevens ao buscar breve abrigo em uma pequena pousada no interior da Bélgica. Com o furgão estragado no meio do nada, Marc, sem outra saída, pede ajuda a qualquer estranho que aparece. E estranhos são exatamente todos que aparecem. Tanto o dono da pousada na qual se hospeda quanto os moradores da vila v … Read More

via Filmes do Mal


Sick Girl (2007) ***1/2

Independente, de baixo-orçamento, com atores não muito experientes, mas vigoroso em sua brutalidade, Sick Girl é um filme simples, curto, direto e chocante. A garota doente do título chama-se Izzy (Leslie Andrews), mora em uma fazenda com o irmão caçula, é apaixonada pelo irmão mais velho que foi para a guerra e aparentemente não tem pais, nem nenhuma ocupação.

Sem muita explicação, ela entra em uma fúria psicótica, mata várias pessoas, seqüestra outras e protege o seu irmãozinho de colegas valentões, usando métodos nada ortodoxos.  A paisagem bucólica se transforma no cenário de indizíveis atrocidades, que só vendo para crer.

A violência, porém, não é apenas gráfica, mas também, psicológica. O que poderia ser apenas mais um slasher ou um torture porn, ganha crédito graças a um roteiro coerente, cheio de reviravoltas e bons diálogos, e, principalmente, personagens bem desenvolvidos. Izzy, por exemplo, já tem garantido um lugar na galeria dos grandes vilões (mesmo sendo de pequena estatura e menina).

Sick Girl é filmado de maneira realista e apesar do baixo orçamento consegue ter uma qualidade de imagem muito boa. Lembra filmes dos anos 70, como The Last House on the Left e The Texas Chainsaw Massacre pela crueza e maldade. Enfim, Sick Girl não tem inibições; é violento, provocativo, de mau gosto e, engraçado (?); quem tiver estômago, que aprecie essa indigesta combinação.


Dread (2009) ***

Três estudantes se unem para fazer um documentário sobre o medo, e para isso, convocam voluntários que se dispõe a falar sobre suas experiências mais traumáticas. O líder da equipe, porém, é o mais perturbado. Ele viu os pais serem mortos a machadadas quando era criança e sofre com pesadelos e alucinações terríveis. Aos poucos sua personalidade psicótica é revelada; e enquanto o documentário é rodado, ele confronta seus colegas e outras pessoas próximas, com os medos mais profundos delas.

Dread é até certo ponto original, cheio de estilo e interessante; mas a fragilidade dos personagens deixa a trama um pouco forçada. Eles se deixam levar por um completo estranho e não conseguem lidar com as consequências disso.

Com cores saturadas, um galãzinho que parece fisicamente com Johnny Depp (na época de A Nightmare on Elm Street), Dread é um filme pessimista e obscuro, que pode agradar os fãs de terror psicológico e até os de gore.


Saw VI (2009) ***

Saw VI fecha o círculo iniciado em 2004. A maioria dos enigmas que estava pendente é resolvida e algumas novas revelações são apresentadas.

A trama desse sexto filme é bem mais ambiciosa que o dos outros: John Kramer / Jigsaw (mesmo morto), com a ajuda do detetive Hoffman, põe em teste as práticas de uma companhia de plano de saúde, representada por um de seus executivos, que negou a John a oportunidade de um tratamento experimental para o seu câncer cerebral.

Se no primeiro filme, a graça estava mais no jogo psicológico envolvendo os dois personagens principais – que aos poucos iam seguindo as pistas e decifrando a intenção do criminoso misterioso -; agora, a gincana do terror tomou proporções megalomaníacas.

De parquinho de fundo de quinta à Disneylândia macabra: as engenhocas estão bem complexas e muito mais pessoas estão envolvidas.  As cenas de automutilações e torturas continuam aflitivas e são mostradas ainda mais explicitamente sem receio algum.

Tirando isso, os zooms e a edição com cortes rápidos continuam lá.

A força policial é quase nula nesse sexto filme e responsável por um dos momentos mais patéticos de todo o enredo. Só perde para a armadilha inicial que é cômica e parece mais uma paródia.

Se justificando como o defensor do valor da vida, Jigsaw traumatiza, mutila e mata indiretamente as suas vítimas (a maioria nada inocente). E do jeito que as coisas estão, seu legado não vai parar até que todos os seres humanos sejam varridos da face da Terra.


Giallo (2009) **1/2

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Giallo está mais para torture porn do que para giallo. Isso é se entrarmos em acordo, definindo o gênero giallo como estórias policiais, onde mortes surpresas são realizadas com requintes de crueldade, por um assassino misterioso que é revelado só no final.

Lógico que Dario Argento, como um dos diretores precursores e mais ativos do gênero, poderia muito bem iludir o espectador e brincar com o título. E realmente foi isso que ele fez. Ao invés de se tratar de um giallo-giallo, na verdade, aqui a palavra giallo (amarelo em italiano) significa apenas um enigma envolvendo o assassino, que antes da metade do filme já é esclarecido.

A trama gira em torno de uns crimes em série em Roma, onde belas mulheres são sequestradas e após alguns dias aparecem brutalmente mortas em algum canto da cidade.  Adrian Brody faz o inspetor esquisitão Enzo Avolfi, encarregado do caso, e Emmanuelle Seigner Linda, a irmã da última garota desaparecida.

O inspetor está há muito tempo investigando os crimes, mas não tem idéia alguma do que está acontecendo. Ele parece mais preocupado com seus próprios traumas de infância e só com a ajuda de Linda consegue progredir no caso. Paralelamente, acompanhamos o modus operanti do serial killer (que é revelado bem cedo) e o sofrimento de suas vítimas no cativeiro.

Concluindo, a violência é moderada – apenas duas cenas são gráficas – e o suspense é quase nulo; o assassino é deprimente e nada assustador; a fotografia é clara e sem inspiração, nada de encher os olhos. Mesmo assim, com seus defeitos e aborrecimentos, é inevitável não se divertir, pelo menos um pouquinho, com algumas tomadas involuntariamente engraçadas e as atuações de Adrian Brody (meio apagado, mas carismático) e Emmanuelle Seigner, que, exuberante, rouba a cena.

Giallo ainda faz um gentil agradecimento ao filme Juno, que colocou Dario Argento nas alturas, há alguns anos, mostrando um cartaz ao fundo de uma cena externa.